Fazer previsões para o futuro é um exercício de repertório e de imaginação. Que tecnologias exponenciais vão substituir os paradigmas? Para o segmento de eventos esportivos muito já mudando nos últimos anos. Novas drogas e equipamentos customizados impulsionam a performance, weareables idem, aplicativos e monitoramento constante fornecem dados em tempo real e as plataformas digitais estão em torno dos atletas amadores. Mas que mudanças estão por vir e que vão mudar profundamente nosso mercado de ENDURANCE (Corridas de rua, bike, triathlon, natação, trail run…)?
O primeiro impacto — já previsto nesse texto aqui ó — é a transformação total no negócio de Ticketing, ou seja, de ingressos para estes eventos. Se você não quer entender a “previsão” e se contenta só com resumo, te conto agora o que vai acontecer no contexto: Blockchain muda o jeito de transacionar direto com organizadores, emergem ticketeiras de nicho com serviços de recorrência, que atendem eventos maximizados mesmo antes do lançamento e com potencial infinito de vendas graças à realidade virtual. O conceito de participação muda também.
O principal palpite neste aspecto é que a Realidade Virtual vai substituir experiência física em diversos aspectos. Será possível participar de corridas de rua em cima de esteiras, sem sair de casa e da academia. Será possível correr na rua com a experiência completa de um evento, mas com a estrutura inteira virtual, com óculos que modificam a realidade, criam competições instantâneas, mostram dados em tempo real à alcance da visão e equalizam o desafio entre diferentes pessoas no mundo todo.
Mas este é o primeiro passo da integração homem-máquina. O futuro de verdade terá no transumanismo, com novas categorias de humanos disputando os eventos esportivos. Sim, teremos uma categoria nova, para Ciborgues. E isso muda tudo. Será a distância de uma maratona — 42,1Km — suficiente para desafiar alguém que é meio-máquina? Como criar categorias para os diferentes espectros de humanos que vão existir, de 0% até 99% máquina? E os humanos que não são máquinas, mas que fizeram melhorias em seu corpo através da edição genética?
Sim, haverá necessidade de regulamentação sobre ajuda da tecnologia genética na performance humana. As tecnologias atuais — CRISPR, por exemplo — já são indício do que teremos no futuro. Ao contrário do ciborguismo, com intereferência mais clara nas funções humanas, a edição genética é mais difícil, talvez impossível de descobrir. Novas formas de controle deverão ser padrão para esportes de competição, e quem, sabe novas maneiras de desafiar a geração de pós-humanos. Recap geral deste texto: Novas maneiras de comprar e participar dos eventos, com forte intereferência da realidade virtual, categorias para ciborgues e regulamentação do pós-humanismo e edição genética.
Este texto foi escrito por Daniel Krutman, CEO do Ticket Agora, no medium.com
