Sabemos que nada supera os nossos queridos eventos presenciais, mas devido à pandemia o mercado teve que se adaptar, as corridas virtuais se tornaram realidade e entraram no foco dos organizadores neste ano. Grandes eventos foram reformulados com o objetivo de continuar mantendo um bom relacionamento com os atletas mesmo à distância. Contudo, será que esses eventos estão entregando uma boa experiência ou estão apenas existindo para preencher o vazio deixado pelos presenciais?
Para entender melhor isso precisamos nos aprofundar sobre experiências de consumo, que são definidas pelo conjunto de sensações vividas pelos clientes, sendo elas positivas ou negativas. O economista John Kenneth Galbraith disse uma vez que uma pessoa comum empurrando um carrinho de compras pelos corredores de um supermercado está em contato com suas emoções mais profundas, o que é muito verdade se analisarmos que ela está decidindo quais produtos levar com base na experiência que o mercado está proporcionando e no relacionamento que essa pessoa tem com as marcas.
Alguns momentos de compra são mais emocionais do que outros, como decidir se inscrever em uma corrida; enquanto outros são mais críticos, como quando cruzamos a linha de chegada. Por exemplo: temos dois grupos de crianças que receberam chocolates do tipo mais caro e ficaram super satisfeitas. Para um desses grupos foi distribuído depois um chocolate simples e barato. Qual dos dois grupos está mais satisfeito? Aquele que recebeu mais chocolates ou aquele que recebeu apenas o chocolate bom? Acertou quem pensou no grupo do chocolate bom.
Daniel Kahneman, economista vencedor de um Nobel, descreve esse fenômeno como Peak-End Rule (algo como Regra de Pico-Fim), ao explicar como as experiência são julgadas quase todo o tempo em relação à intensidade de emoções nos seus momentos de pico em conjunto com o ponto final ou resolução da experiência.
Portanto, uma experiência positiva – o chocolate – é reduzida e se torna negativa quando um pedaço de doce ruim vem em seguida e torna-se o último ponto da experiência. Nas corridas virtuais, esse último ponto da experiência seria o recebimento do kit ou até a consulta da classificação pós prova.
Essa é uma notícia muito boa para os organizadores que estão dispostos a tomar o tempo para identificar e valorizar os momentos de pico ao longo da interação com os corredores. São estes momentos que sustentam a lealdade enquanto incrementam a experiência duradoura de um cliente. É aqui que separamos os organizadores extraordinários dos comuns.
Pensando nisso, listamos algumas ideias para os organizadores de como complementar esse ponto de final de interação que se tornou o envio do kit nas corridas virtuais.
- Entrega de um item surpresa, aqui qualquer mimo conta. A ideia é usar o mesmo princípio que os clubes de assinatura usam nas entregas de box mensais. Exemplos: Nerd Loot, Tag Livros e Box Viva;
- Escolha a melhor opção de transportadora/logística para não ter problemas. Exemplo: Melhor Envio e Frenet;
- Para provas que enviam o kit antes da realização da distância, uma opção é “lacrar” a medalha e incentivar a abertura apenas após a realização do percurso, isso instiga e desafia;
- Enviar um histórico do corredor (resultados) com a organização, para que ele se lembre dos bons momentos que já tiveram juntos;
- Estimular a continuidade com a divulgação de outras provas (ou até um cupom de desconto para a próxima inscrição);
- Os patrocinadores e parceiros do evento podem ajudar a entregar uma experiência mais completa com a inclusão de itens especiais.
