Toda corrida de rua bem organizada deve ter no mínimo um kit atleta básico com um número de peito. Para isso os organizadores da corrida precisam criar uma logística de entrega desses kits aos atletas. E aí surge uma grande dúvida: qual é a melhor forma de entregar o kit atleta?
Não há certo ou errado, mas alguns experientes organizadores de corrida apostam na entrega antecipada dos kits para os atletas, independente do número de participantes da prova. De acordo com João Lourenço, gerente de planejamento esportivo da CC&M, que organiza a Maratona de Revezamento do Pão de Açúcar, o ponto positivo de entregar o kit antes é que o atleta já chega preparado no dia da corrida, evitando tumultos.
Além disso, os organizadores podem explorar o momento da retirada do kit com ações das marcas patrocinadoras e até possibilitar uma “expo” com venda de produtos de corrida, no qual cada marca interessada paga um valor de participação. “Não consigo dimensionar se os atletas da CC&M gostam de ir a lojas ou a expos para retirar o kit. Mas um ponto é fato, eles gostam de ver lançamentos de produtos e novidades”, conta Lourenço.
Vale lembrar apenas, que a retirada de kit antecipada acaba gerando um custo extra para o organizador. “O único ponto negativo da retirada de kit antes da corrida é o custo, já que a entrega do kit é mais um evento com vários detalhes que devem ser pensados”, revela Vitor Saeta, diretor SX2 Eventos, responsável pela King Magical Run. “Porém, nós temos um período maior de contato entre patrocinador e atleta. Assim o patrocinador pode ativar o atleta com mais tranquilidade”, complementa.
Além disso, Saeta também lembra que o planejamento da retirada do kit deve ser muito bem feito. “Mesmo com planejamento, a criação, por exemplo, sempre libera o material em cima da hora e quase sempre temos um custo extra para fazer a comunicação do dia da entrega”, alerta.
Outro ponto unanime entre os organizadores é a logística de entrega, que deve ser rápida e evitar ao máximo a formação de filas durante a retirada de kit, principalmente em horários de pico, como almoço e pós-expediente. Por isso, no dia da entrega do kit atleta tudo deve estar pronto e no seu devido local, organizado de forma que o colaborador faça a entrega para o atleta no menor tempo possível.
Vale lembrar que local de entrega de kit precisa comportar todos os atletas. Se por um acaso for um espaço pequeno, o ideal é tentar diluir a entrega do kit separando os itens em seções, por exemplo, retirada de chip de um lado e camiseta de outro. “Os staffs também são importantes e organizador precisa ter um número mínimo de colaboradores em relação à quantidade de atletas inscritos”, lembra Saeta.
Outro ponto que não pode ser esquecido durante a entrega de kit é a verificação dos dados do atleta. Para isso, há sistemas que podem facilitar a checagem. Nas provas da CC&M, por exemplo, o staff trabalha com um sistema no qual o atleta checa no monitor todos os dados importantes da corrida: nome, número, chip e dados de inscrição.
“Nós fomos pioneiros com esse sistema de entrega de kit e já usamos há dois anos”, conta Lourenço. “Esse sistema melhorou muito a entrega dos kits, principalmente em relação ao chip, que contabiliza o tempo do atleta e não pode ter erro. Além disso, a entrega do chip é confiável porque nós conseguimos checar na hora se o aparelho está correto e funcionando”, acrescenta.
Por esse e outros detalhes citados, a entrega de kit requer tanto planejamento quanto a organização da corrida em si. Por isso, uma equipe focada e um plano bem montado podem tornar a entrega do kit atleta num momento de experiência para os participantes, patrocinadores e organizadores.
