O primeiro semestre de 2022: vendas e prognósticos

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O primeiro semestre de 2022 apresentou uma realidade bem complexa. Muitas variáveis novas, como estabilização da pandemia, eventos sendo entregues, ansiedade, sentimento de retomada. Além de lidar com novas emoções, lidamos com incertezas.

Então, chegando quase na metade do ano, o que realmente vimos?

Em primeiro, vale citar que os eventos, sim, voltaram. Cada dia com menos restrições, chegamos ao patamar de “quase normalidade” em termos de protocolos e volume de eventos realizados a cada final de semana.

No entanto, as vendas não voltaram no mesmo patamar e volume de 2019 ou mesmo primeiro trimestre de 2020.

Há clara dificuldade para vender inscrições e lotar eventos, especialmente no segmento de corrida de rua. Outros mercados como ciclismo ou triathlon sofreram menos, com provas menores e público mais aderente. A corrida serve um pouco como porta de entrada para todo o resto.

Cadê os corredores?

E então, começamos o ano com um baixo número de finishers nas corridas. Algumas provas tradicionais chegaram a ter metade do tamanho. Houve uma sensação que o pico da variante Ômicron afastou as pessoas das pistas. Lembra? Não faz muito tempo que tivemos uma grande onda de contágios – ainda bem, pouco mortal.

Além disso, houve muita gente que simplesmente não estava treinando. Os eventos são um motor deste treinamento e sem eles por cerca de 20 meses, o comportamento mudou.

Muita gente saiu da base e uma coisa que ficou clara é que o primeiro semestre de 2022 reciclou o público.

Já falamos por aqui, mas repetindo: a Nielsen Sports divulgou que o número de corredores aumentou em 13% durante o período da pandemia. Há muita gente nova que nunca foi em um evento – e que vai chegar nos próximos tempos.

O semestre da inflação

O mundo inteiro está sofrendo com inflação. China fechada para conter a pandemia, guerra na Ucrânia com sanções à Rússia, aumento em preço de alimentos, transportes. O Brasil, sofre mais do que a média.

Há um cenário de perda de poder aquisitivo que impacta o bolso dos atletas. A inflação acumulada chegou a 11,73% – um número que há muito tempo o país não via.

Não tem como segurar o patamar de vendas com esse aumento agressivo da sensibilidade ao preço.

Na pesquisa que fizemos com mais de 4 mil atletas nesse primeiro semestre há números muito importantes sobre essa sensação com relação ao preço dos eventos esportivos. Quase 30% do total de entrevistas consideram os preços de inscrições “Muito Caros”.

E, de fato, o primeiro semestre ficou longe da performance de anos anteriores.

As vendas no primeiro semestre

Além da perda do poder de compra dos atletas, da renovação de público, há também uma outra explicação para o lento ritmo de vendas nesse primeiro período de 2022: a liquidez de inscrições.

Ou seja, muita inscrição na mão das pessoas, vindas lá de 2020, 2019 – de eventos que não foram entregues. Falamos muito disso também, da necessidade da roda começar a girar. Em breve deixaremos para trás.

Por fim, houve também – ainda – o medo da pandemia de COVID, que ainda assusta. Tem bastante atleta evitando aglomeração, e isso vai demorar para passar. E mais, ainda sobre COVID, há muita gente ainda com receio de comprar inscrições e o evento ser adiado ou cancelado.

Em média, trabalhamos o primeiro semestre com 61% do potencial normal de mercado.

Este é um número que tiramos de análises internas, comparativos com anos anteriores e dados do google analytics.

Prognóstico para o segundo semestre

Vamos então resumir os fatores de ameaça que ainda deixaram as vendas do primeiro semestre aquém do potencial de mercado:

1) Variantes de covid-19;

2) Falta de preparação e treinamento adequado para participar de eventos;

3) Renovação da base;

4) Inflação e perda poder de compra;

5) Liquidez de inscrições;

6) Calendário de eventos cheio e um pouco confuso;

7) Eventos cancelados ou adiados;

Para traçar um diagnóstico de normalização, segue um diagrama simples de projeção de futuro, de acordo com esses fatores de fricção nas vendas. Para cada um demos um peso diferente e, obedece um viés de Eventos Esportivos.

CenárioStatusPrognósticoPontos
Variantes de COVIDEste ano ainda será complexo, mas pode melhorarMelhora+3%
Rotina de TreinosCom calendário cheio, os treinos voltaram mais normalmenteMelhora+3%
Renovação da baseHá uma certa demora para acontecer, mas já começam sinaisMelhora+3%
Inflação e EconomiaCenário politico conturbado, não deve melhorarNeutro0%
Liquidez de InscriçõesMuitos eventos entregues no primeiro semestreMelhora+4%
Calendário cheioAinda será, é a conta de 2 anos sem eventosNeutro0%
Eventos Cancelados / AdiadosO receio cada vez será menorMelhora+4%

Prognóstico de mercado para segundo semestre de 2022: Vamos chegar à aproximadamente 80% do potencial máximo. Para 100%, apenas 2023, com uma maturidade deste novo ciclo.

Também há uma boa chance de que esse mercado (Inscrições para Eventos Esportivos) seja, no mínimo, 13% maior do que era em 2020.

Mais vendas no segundo semestre

Só porque o mercado não está em seu potencial máximo, não significa que você vai vender menos. Quando a gente fala de potencial, é a naturalidade, a exploração completa. E acreditamos que o mercado cresceu.

Então, se você vendeu acima desses 61% esperados, ótimo. Seus eventos foram bem. Se ficou nessa medida, tempos melhores virão – de acordo com nosso prognóstico, e é para já.

Lembre-se de fatores como sensibilidade à preço, reconstrução de confiança e histórias inclusivas.

E fique ligado para mais conteúdos e claro, vem aí o TS Summit 2022, com o conteúdo mais imperdível de todos.

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